Felipe Pucci

De wiki da nuvem
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Sobre mim

Tenho 24 anos, nasci em Franca-SP e há 6 anos moro em São Carlos-SP. Estudo lá engenharia química na UFSCar, estou no último semestre da graduação.

Estagiei no laboratório de gestão de resíduos de minha universidade, lá se tratava e gerenciava praticamente todos os resíduos de laboratórios de ensino e pesquisa assim como resíduos sólidos que não podem ser enviados a aterros, como chapas de raio X, lâmpadas, materiais de laboratório quebrados e de uso pessoal como luvas e papéis toalha, e coisas líquidas dentro de tanques que ninguém sabe o que é, sem muita identificação. Esses tanques e pequenas bombonas tinham muitos metais pesados como Chumbo, Crômo, e Mercúrio, e eram muitos ácidos, todos podem ser precipitados por algum ânion (fosfato, sulfeto e demais), seguido de um aumento de pH com muita, muita soda cáustica.

Lá era muito interessante por ser um local aberto a tentativas de tratamento de resíduos químicos, qualquer idéia era muito bem vinda, já que cada kilo de resíduo laboratorial tratado significa uma economia para a universidade, devido ao fato de se ter que gastar uma enorme quantia de dinheiro devida a energia que se gasta para tratar esses resíduos químicos líquidos, que são 99% de água, sendo que o que não era tratado por nós ia para uma empresa que fervia o resíduo líquido até sobrem apenas os sais dos produtos químicos que estavam lá e estes serem posteriormente enterrados em um aterro santitário especial. Nesse rolê eu tratei principalmente resíduos de cromo. Ironicamente, eram os laboratórios ambientais da UFSCar os que mais geravam resíduos de crômo, (na minha cidade natal, Franca, eram os cortumes), estes sempre fazem avaliações de carga de resíduos orgânicos em corpos d'água via análise de DQO, Demanda Química de Oxigênio utilizando Dicromato, e aprendi a operar uma pequena coluna de destilação para a recuperação de solventes contendo ? substâncias.

Defendi no primeiro semestre de 2012 meu trabalho de graduação e pretendo me enveredar pelos caminhos acadêmicos relacionados com o reaproveitamento da energia que está contida nas ligações químicas da matéria orgânica. Sendo que esta, é diariamente gerada nas cidades por meio das fezes, restos de comida, varrição, poda e capina. Para isso, pretendo iniciar mestrado ano que vem em um projeto que está em desenvolvimento no Departamento de Hidráulica e Saneamento da USP de São Carlos que busca desenvolver a geração de gás metano através da fermentação anaeróbica apenas dos resíduos orgânicos urbanos(restos de comida, poda e capina).

Dessa forma acredito que poderemos criar uma alternativa popular de geração de gás metano para ser implantada descentralizadamente com o menor gasto de energia possível, ao mesmo tempo em que se prolonga a vida dos aterros sanitários, melhora o aspecto das ruas, ao reduzir a presença de animais indesejáveis nestas e facilita a separação dos recicláveis, o que melhora o trabalho dos separadores e gestores de resíduos.

A Veracidade

Esta é a associação ao qual eu pertenço em São Carlos. Já completamos um ano de existência legal, lá é onde moro e onde busco junto de muitos amigos criar projetos de cunho permacultural e agroecológico na cidade de São Carlos. Ocupamos uma cadeira no COMDEMA - Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de São Carlos, e atuamos transversamente com diversos outros coletivos de nossa cidade, como a Ecovila Tibá, Casa Fora do Eixo, Arca, Radio UFSCar e o seu Festival CONTATO, que por sinal está ocorrendo nesse exato momento em que estamos aqui no Interactivos13.

Realizamos eventos como a exibição de filmes, rodas de discussão, mutirões, e com isso enriqueçemos nossas vivências que sempre se desenvolvem a cada pessoa nova que cruza nosso caminho.

Estamos inseridos em grupos de consumo de alimentos e outros produtos, assim como realizamos feiras para a comercialização de alimentos produzidos na associação e de parceiros, estes livres de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

Estamos desde o começo de 2013 realizando a compostagem de resíduos orgânicos de um restaurante, e aprendendo muitas coisas tendo que compostar todos os dias uma quantia relativamente constante. Temos como meta o estabelecimento de uma horta urbana em um lote de terreno perto de nossa sede, que já temos o contrato de uso cedido pelo proprietário.

Diário de vivência

Dom, 8 de Setembro

Estamos já em plena atividade, com cada um dos projetos já dando seus primeiros passos, completando as pequenas metas para completar cada idéia, cada uma mais interessante que a outra, a cada conversa muita interação de conhecimentos.

Iniciei o descobrimento do circuito PWM (Pulse Width Modulation) com o Kit Rural Circuits - Entropicxs (Països Catalans) que serve para praticamente tudo, desde a criação de sintetizadores de som que abalaram a música dos anos 80, dispositivos de conversão de corrente contínua CC em corrente alternada CA, para alimentar a rede. No nosso caso estamos montando esse circuito para fazer esse último (DC em AC) e criar uma corrente de formato de onda a ser enviada para eletrodos que hidrolisarão a água e criarão hidrogênio e oxigênio.

A seguir há o nosso primeiro experimento de hidrólise da água, onde foi possível verificar o desprendimento de bolinhas de gás da superfície dos eletrodos, que estavam imersos em água contendo sal de cozinha.

Teste de hidrólise da água.JPG

Vamos amanhã montar a composteira de tela, enquanto que o pessoal da criação de bambú já está confecçionando o cozedor de bambú que utiliza brasas.

Amanhã também vamos fazer uma oficina com o Al que nos mostrará como montar redes sem fio de baixo custo e que possam transmitir a internet por longas distâncias via antena, acabamos de ter uma conversa muito boa com ele, já sobre esse tema, e aprendi muitas coisas interessantes para se instalar uma rede com software aberto.

Seg, 9 de Setembro

O PWM realmente serve para tudo, e hoje finalmente deu certo a montagem de um circuito PWM na protoboard, até montamos de improviso uma luminária na escrivaninha de uma forma bem criativa, vejam abaixo.


Escrivaninha e luminária.jpg


Se montou a composteira de tela de arame soldado com cobertura de PVC verde, a gerir os resíduos que produzirmos durante nossa vivência. Juntei folhas de pinheiro e araucária que estavam sobrando no chão ao redor da propriedade a colocar na parte de baixo dela.


Composteira de Tela.JPG

Qua, 11 de Setembro

Dei uma bela atualizada nas coisas de computador, agora que estou parando de usar o Windows, estou utilizando o Linux Mint 15 'olivia' que o Bruno Vianna me ....almoço...passou. Consegui rodar os programas que eu precisava. Hoje as peças que o pessoal pediu chegaram e se começou a montar os circuitos de grid-tie inverter, que é um circuito que transforma a corrente contínua DC em corrente alternada AC a ser enviada de volta a rede ou alimentar a casa, as meninas também ficaram fazendo o carregador de baterias de multiplas voltagens, para se carregar quaisquer baterias, já que os leds vão se acendendo ao ir aumentando a diferença de potencial que ocorre nos terminais da bateria, ai é só desligar quando se ver que chegou na voltagem referida.

Fomos pela segunda vez à cidade, só que dessa vez apenas fomos à escola para documentar a situação feia que estava a composteira da horta da escola. Mesmo assim dá para perceber que o pessoal está empenhando-se em iniciar algo lá. Na ida a cidade ontem, visitamos a casa do Joaquim Moura, vimos a composteira de tela verde em seu quintal e outra composteira de tela maior em uma outra casa casa perto da dele. Fomos também a uma comunidade Daimista onde há uma composteira que o Joaquim intalou para o pessoal da cozinha poder gerir seus resíduos orgânicos. Não parece que houve uma adesão grande, não sei se as pessoas não conseguiram entender como que funciona a rotina de colocar o resíduo dentro da tela. Fomos também na casa de um artista chamado Jorge Brito, um homem de grande criatividade que utiliza tocos caídos e outros pedaços de madeira para pintar e criar belos animais. Conversamos com ele para que nos ajudasse levando-nos a casas que ele conheça e que fazem alguma horta e tem alguma vocação para fazer compostagem.

Quando chegamos tivemos apresentações sobre Calafou, o local de onde as meninas espanholas vieram, muito bonito o coletivo deles, uma colônia ecoindustrial póscapitalista, antes da apresentação, uma bela projejão dos componentes se formou na parede.


Projeção.JPG


E abaixo consta a nova impressora 3D que chegou, a metamáquina, meio difícil de ser manuseada, com coisas não muito bem documentadas mas que promete um melhor desempenho.

Impressora 3D.JPG



Qui, 12 de Setembro