Experiências Pós-porno

De wiki da nuvem
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De acordo com a pesquisa que venho realizando em torno das sexualidades e do erotismo não-hegemônicos, e com o tema sugerido pelo encontADA da Nuvem, ou seja, “Corpo, Feminismo e Tecnologia - livres”, proponho um trabalho, multimídia e colaborativo, que consiste em auto-registros videográficos obscenos ou auto-pornografia, apenas. Trata-se de um trabalho de investigação de outras linguagens (semânticas e sintáticas) audiovisuais, comunicacionais e corporais, na tentativa de desenvolver dispositivos que impulsionem a desconstrução e a recriação constantes do erotismo e de nós mesmxs.

Considerando que os dois maiores (ainda que ocultos) sustentáculos da estética e do pensamento hegemônicos sejam o gênero e a sexualidade, cujos maiores suportes de representação e difusão são o vídeo e a web (tecnologias chave na construção das identidades e na produção das subjetividades), tendo em vista os novos rumos da pornografia audiovisual, desde uma perspectiva feminista, constituída pela pós-pornografia e seu combo de ativismo político-artístico dela derivados e nela imersos (e concentrados, principalmente, nos países do Norte), e considerando que tudo estar por construir, principalmente em um ambiente propício às re-apropriações antropofágicas e praticante do mesmo, ou seja, a América do Sul, parece-me de suma importância que as gramáticas da representação audiovisual e suas tecnologias e dispositivos sejam re-fabricados, rescritos por mulheres, distintas entre si, à partir de suas singulares experiências de vida.

A ativação do trabalho será a questão, “Como seria a sua pornografia?”. A resposta poderá materializar-se através de recursos e equipamentos disponíveis no espaço Nuvem (projetor, câmera, computadores, web, webcam, imagens de arquivo e materiais outros de uso pessoal, como câmeras de celulares, cybershot e qualquer outra tecnologia portátil), mantendo intersecções com as outras atividades, corpos e idéias daquelxs que participarão do encontro.

Creio que através desse processo de experimentação de linguagens corporais e audiovisuais, experimenta-se também o distanciamento crítico e a confrontação de nossas próprias reproduções estéticas e comportamentais, de maneira que códigos culturais nos são revelados, desautomatizados e, assim, rescritos. Em outras palavras, acredito que essa seja uma das formas de (re)apropriar-se de tecnologias e códigos que, quase invisivelmente, compõe nossa constituição política e cultural: tecnologias audiovisuais, de gênero e de sexualidade. Por fim, a ideia é des-criar, desconstruir, observar os escombros e reciclar o que nos serve - re-criar-se.

OBS:

- Como algumas mulheres já participaram do processo em questão, pode-se também assistir ao material produzido anteriormente (proponho que seja no dia 05/04, no CINECLUBE, após as apresentações da noite)

- Também e depois de analisar a programação do encontrADA, pensei na possibilidade de se gerar um site aberto, para quem esteja interessadx em seguir intervindo no projeto, gravando vídeos, editando-os com software livre e subindo-os quando lhes seja conveniente - já que teremos pouco tempo. Em outras palavras, seria articular um núcleo de pessoas interessadas em seguir contribuindo com o site, pensando sobre a temática, estudando, compartilhando.

- A idéia é que essa investigação experimental seja o principal objeto para a escritura da monografia "Experimentações Audiovisuais e as Sexualidades Não-Hegemônicas", trabalho final que pretendo defender ainda este ano, na graduação de Cinema da UFF.

- Algo do que já foi realizado tá por aqui [->]