Escritas pós-apocalípticas
oficina de escrita (na real de qualquer outro tipo de produção - colagem, desenho... poderia ser uma oficina de imaginação) pós-apocalíptica. pra gente imaginar de um ponto de vista feminista, anti-capitalista, anti-racista, anti-especista o que é o tal apocalipse e o que pode significar um depois dele. pra escrever/compartilhar historinhas, músicas, poemas, desenhos, quadrinhos de uma imaginação de outros lugares/momentos/relações (não necessariamente utópicas).
ou:
Em toda a sua pluralidade, feminismo pode também ser dito como uma percepção política que luta pelo fim da configuração do mundo como o conhecemos: sexista, racista, homofóbico, especista, chato, etc. Por isso, de alguma forma nos tornamos, sendo feministas, pessoas empenhadas numa espécie de fim absoluto - um apocalipse. Mas sabemos que, assim como a queimada trazida pelos raios nos galhos secos y tortos do cerrado precede o ciclo de renovação, nosso apocalipse utópico tem em vista a re-construção do mundo sob configurações habitáveis. E dizemos re-construção baseadas no que disse Donna Haraway sobre o nosso tempo cibernético: meio carne, meio máquina, cuja vantagem sobre o tempo anterior é a possibilidade de re-construir. Nessa perspectiva, o que podemos fazer nesse lab? Compreender uma das estratégias de manutenção das coisas-como-estão, que eh o silenciamento de mulheres e lésbicas, e olhar muito pra dentro de nos mesmas pra saber como reproduzimos e mantemos esse silencio - ele rouba nossa escrita? cala ela? nos envergonha dela? olhando pra dentro, transformar esse silencio em ação, como Audre Lorde fez y disse, de um jeito faça-você-mesma artesanal, radical & lindo: ZINE! É na busca coletiva por uma prática da mesclagem do pessoal com o político que convidamos quem quiser pro tentáculo de escrita feminista criativa pós-apocalíptica na nuvem+crisis. Nele, cada participante fará um caderno para si mesma e vamos juntas y separadas montar possibilidades criativo-combativas que desejamos que impulsione um hábito diário de contar e recontar nossas próprias histórias, esperando que se irradie, multiplicando por outras mídias.
materiais sugeridos: retalho de papel e de tecido cola, tesoura, agulha, linhas canetas, lápis, giz de cera, canetinha imagens achadas por aí
Etapas pensando, também com a Audre Lorde, que algumas escritas demandam tempos diferentes das escritas academicas em prosa, e podem ser feitas na fila do onibus, uns minutinhos antes de dormir, ou enquanto o guandu termina de cozinhar, sugerimos os dias de elaboração de cada atividade pensando em faze-las quando for melhor pra cada qual. ajudas podem ser pedidas a qualquer momento (com a compreensão de que a pessoa pra quem se pede nem sempre tem a disponibilidade que queremos), trocas sao bem-vindas sempre que quisermos (zines coletivas sao muito bem-vindas!), mas talvez a hora de expor possa ser combinada ne? as sugestoes de dias pro processo:
1) Produção de Cadernos (dia 22) 2) Produção Escrita (23 y 24) 3) Produção de Imagem (24 y 25) 4) Texto + Imagem (25 y 26) 5) Exposição/compartilhamento (27)
