Mudanças entre as edições de "Tais Lobo"
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Só que restavam muitas dúvidas de como seria o mesmo processo nesta residência. | Só que restavam muitas dúvidas de como seria o mesmo processo nesta residência. | ||
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O não-silêncio dos (auto)prazeres-desejos de [[http://nuvem.tk/wiki/index.php/Lu%C3%ADsa_N%C3%B3brega Luísa]]. A experimentação de outras linguagens, novas comunicações e relações com o meio e os afetos, e o suporte tecnológico e suas (re)apropriações e a experimentação de si e os cruzamentos de tanta experimentação, de tanta tecnologia, de tanta linguagem. Um ouvido que ouve com os dedos. | O não-silêncio dos (auto)prazeres-desejos de [[http://nuvem.tk/wiki/index.php/Lu%C3%ADsa_N%C3%B3brega Luísa]]. A experimentação de outras linguagens, novas comunicações e relações com o meio e os afetos, e o suporte tecnológico e suas (re)apropriações e a experimentação de si e os cruzamentos de tanta experimentação, de tanta tecnologia, de tanta linguagem. Um ouvido que ouve com os dedos. |
Edição das 18h08min de 11 de abril de 2012
ANTROPOFAGIA ICAMIABA
(aquela mesma descrita por Oswald de Andrade & praticada pelas Amazonas Sudakas)
Convém, no entanto, rememorar os termos - utilizando-se, é claro, da maravilhosa máquina de explicações sintéticas que é a Wikipedia:
Sudaka(o) é um termo criado pelos gringos - estadunidenses e europeus - para referir-se a quem habita terras sul-americanas. A princípio, um insulto, mas que já foi estrategicamente re-apropriado pelo ativismo político e artístico da América do Sul.
Comer é alimentar-se, nutrir-se - e nestas terras é também copular -> termo, aliás, sempre muito empregado pelas subjetividades biocabramachos disseminadas por aqui. No entanto, entre xs possuidorxs de cavidades vaginais - e outras tantas cavidades activas-passivas-activas - é muito claro que se os orifícios engolem, são eles os agentes comedores. Se assim é, a antropofagia começa por todos os nossos buracos - as pupilas, as narinas, a boca, o ânus, a boceta, a uretra, os poros, o ouvido, os chakras.
NA NUVEM: (re)ENCONTROS - RETROALIMENTAÇÕES
a nuvem foi a primeira parada neste retorno ao brasil.
Retornar ao nível do mar, costa atlântica tropicana, um pouco mais prá dentro, onde até as montanhas também são mar- de morros.Voltar ao brasil depois de dois anos vivendo no país temperado vizinho do sul - em buenos aires, a cidade que virou as costas para o rio, e por isso mesmo fica ainda mais temperada. Eu não sou daqui, tampoco de allá, mas retornar aos ares que primeiro respiramos é um bom mareio. E lá, com mais clareza, descobri o daqui em mim.
Ainda lá, iniciei com duas amigas este projeto de auto-pornografia.
Muito antes de começá-lo já comia-bebia de algumas fontes, sobretudo dos livros de Beatriz Preciado e de María LLopis, que desenvolve já há algum tempo um excelente e exemplar projeto de porno hazlo-tú-misma, ou seja, "pornô-faça-você-mesma". E mais antes disso ainda, no início da carreira de cinema - do contato com os trabalhos de Maya Deren- e nas minha primeiras experiências de auto-representação do corpo e da sexualidade, com vídeo, comecei a questionar o estatuto e as formas de representação das mulheres nos meios audiovisuais hegemônicos.
Só que restavam muitas dúvidas de como seria o mesmo processo nesta residência. Das dúvidas, as trocas: a tinta de terra da serra da mantiqueira, objeto de pesquisa de [Luzia de Mendonça], a tinta que vira água, de [Mariana]. Uma terra vermelha sob o corpo - cor da cabocla icamiaba, o rubro que constrói novos (auto)prazeres no meio do mato verde. O não-silêncio dos (auto)prazeres-desejos de [Luísa]. A experimentação de outras linguagens, novas comunicações e relações com o meio e os afetos, e o suporte tecnológico e suas (re)apropriações e a experimentação de si e os cruzamentos de tanta experimentação, de tanta tecnologia, de tanta linguagem. Um ouvido que ouve com os dedos. Uma boca que chupa um pé, que pode penetrar e que pode ser penetrado, que é fálico e fenda ao mesmo tempo.
Troca e retroalimentaçao. Sair do jogo: raspar o cabelo coletivamente e usá-lo para a compostagem das terras da horta.
Comer comidas de ótima qualidade.