Mudanças entre as edições de "Mariel Zasso"

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== o antes ==
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== prólogo ==
  
Psicóloga de formação, com mestrado em Psicologia Clínica, venho atuando profissionalmente nas áreas de comunicação, especialmente para mídias digitais, produção e curadoria de conteúdo, junto a projetos ligados à internet e cultura digital, vestindo a camiseta do software livre e do conhecimento compartilhado. Curiosa, gosto de usar a internet para fazer cursos e seguir tutoriais, e entre meus interesses recorrentes estão cursos sobre linguagens de programação, línguas estrangeiras, lógica e matemática, além de tutoriais de administração de sistemas e redes Linux. Minhas leituras mais recentes e menos técnicas, também usando a internet, versam sobre nutrição e cura pela dieta, criação com apego, feminismo, racismo, e também macroeconomia.
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Vi a Nuvem mais de perto quando estava meio longe: lá no México, numa outra viagem meio hacker, meio artista, meio inconformismo que não sabe como agir. sabia que já sabia, ''me suena'', interactivos também soava, e eu ali, finalmente imersa numa iniciativa laboratório tecnológico colaborativo, depois de muito tempo nos bastidores, finalmente protagonista, pensei, porque não me jogar de novo? Mas sou do time dos sem-projeto... E precisava propor algo. Mas a ideia de ''auto-residências'' me empurrou a refletir: porque não morar um pouco mais em mim mesma? E assim, propus.
  
Proposta de trabalho:
 
  
Investigar, em leituras e interações com demais participantes da residência, modos de existência possíveis e alternativos aos modos de vida opressores contemporâneos, especialmente os adaptados às exigências do trabalho e da vida nas grandes cidades. A proposta é promover reflexão através de certa desterritorialização que uma residência num hacklab rural pode proporcionar, e forçar­-me a certa introspecção por um afastamento das redes sociais e da banalização da comunicação proporcionada pelo uso de protocolos instantâneos e praticamente gratuitos, evitando, durante a residência, a interação por esses meios. Tentar desnaturalizar um fluxo de vida permeado de quebras para envio de fotos ou comentários qualificando cada ação e ver o impacto disso na qualificação das interações tetè-­a-­tetè e na criação de vacúolos de solidão e silêncios tão raros em tempos de hiperconectividade.
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== quem eu era e o que queria aquele dia ==
  
Meu interesse em viver a Nuvem vem de encontro a meu interesse em buscar modos de vida alternativos à vida nas grandes cidades.
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''Psicóloga de formação, com mestrado em Psicologia Clínica, venho atuando profissionalmente nas áreas de comunicação, especialmente para mídias digitais, produção e curadoria de conteúdo, junto a projetos ligados à internet e cultura digital, vestindo a camiseta do software livre e do conhecimento compartilhado. Curiosa, gosto de usar a internet para fazer cursos e seguir tutoriais, e entre meus interesses recorrentes estão cursos sobre linguagens de programação, línguas estrangeiras, lógica e matemática, além de tutoriais de administração de sistemas e redes Linux. Minhas leituras mais recentes e menos técnicas, também usando a internet, versam sobre nutrição e cura pela dieta, criação com apego, feminismo, racismo, e também macroeconomia.
  
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''Proposta de trabalho
  
esta é uma investigação sobre a paisagem cotidiana e toda a potência espontânea, indesejada & menor das pragas, inços, matos e ervas-daninhas. acredita-se que neste processo de pesquisa seja possível construir uma série de narrativas sobre aquilo que se tem ''em-comum''.
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''Investigar, em leituras e interações com demais participantes da residência, modos de existência possíveis e alternativos aos modos de vida opressores contemporâneos, especialmente os adaptados às exigências do trabalho e da vida nas grandes cidades. A proposta é promover reflexão através de certa desterritorialização que uma residência num hacklab rural pode proporcionar, e forçar­-me a certa introspecção por um afastamento das redes sociais e da banalização da comunicação proporcionada pelo uso de protocolos instantâneos e praticamente gratuitos, evitando, durante a residência, a interação por esses meios. Tentar desnaturalizar um fluxo de vida permeado de quebras para envio de fotos ou comentários qualificando cada ação e ver o impacto disso na qualificação das interações tetè-­a-­tetè e na criação de vacúolos de solidão e silêncios tão raros em tempos de hiperconectividade.
+ [https://estudosparajardins.wordpress.com]
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=== um de fevereiro | brasília - são paulo===
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== a viagem ==
  
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chegando o dia -  depois de uma troca de datas para ajudar outra "residente" - e eu pensando: como diabos vou fazer isso que propus? o que é que estou propondo, afinal? não sei ainda, mas cheguei a conclusão que tentar trabalhar com estruturas pré-definidas e cobrar produtividade de mim mesma era reflexo dos modos de vida que proponho questionar, desnaturalizar. e assim, não sem esforço, me concentrei em levar esse mergulho no desconhecido com leveza. desencanada.
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=== brasília - são paulo ===
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já cheguei em são paulo tantas vezes. morei em são paulo alguns anos. mesmo depois, voltando como visitante, sempre me senti em casa, sempre me senti à vontade. desta vez foi diferente. não deixei de me sentir à vontade, mas me senti distante. como quando você encontra um velho amigo por quem tem carinho mas não tem nada mais em comum. e fiquei com pena de quem mora na cidade.
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mas mesmo assim ajudei o taxista a calcular se a tabela nova realmente refletia os 9,8% de aumento regulamentado ou se, como alguns colegas alegavam, estava feita de maneira a prejudicá-los. uma calculadora mostrou que, pelo menos a primeira vista, tava tudo corretamente calculado.
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=== não me esperem pro almoço ===
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Cheguei e vi que não ia dar. Talvez acordasse melhor, mas não tinha muita esperança. Não dava, eu comentei, fizeram pouco caso. Casualmente ou não, era dia de TPM, somada com tensão pré-viagem, malas feitas às pressas, balada infantil sob sol de meio dia, pouco sono porque sempre tem muito pra resolver na última hora. No "dia de pegar o ônibus para Resende", acordei destruída. passei o dia na cama. poderia ter resolvido com medicamentos e urgência, mas considerei parte da proposta, respeitar os tempos do meu corpo.
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=== será que ainda vou? ===
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[[File:temperance.jpg|thumb|center| A Temperança]]
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Temperança é a carta da integração e de encontrar o equilíbrio. Agora é um momento de ajuste. Duas ou mais coisas estão confluindo para criar algo novo. Você pode estar integrando sua vida com a de outro, integrando sua vida pessoal e profissional, ou integrando espiritualidade à sua vida cotidiana.
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Qualquer que seja o projeto no qual você está trabalhando, assegure-se de mudar só um pouquinho por vez, para então dar um passo atrás e avaliar os resultados. Como um cientista, mude uma variável por vê e veja o que acontece. Encontre seu equilíbrio antes de seguir adiante. Use suas emoções e seja prático também. Em uma situação com outra pessoa, compromisso será necessário. Se você tem se sentido descalibrada, procure equilíbrio entre trabalhar e brincar, sentir e fazer.
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== brilho da lua ==
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ciborgues não sabemos mais viver alheios a nossas extensões-máquinas.
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[[File:IMG_20150204_132309933.jpg|thumb|center|Laptops na Nuvem.]]

Edição atual tal como às 15h51min de 4 de fevereiro de 2015

Voltar para Residências de Verão 2015

Vi a Nuvem mais de perto quando estava meio longe: lá no México, numa outra viagem meio hacker, meio artista, meio inconformismo que não sabe como agir. sabia que já sabia, me suena, interactivos também soava, e eu ali, finalmente imersa numa iniciativa laboratório tecnológico colaborativo, depois de muito tempo nos bastidores, finalmente protagonista, pensei, porque não me jogar de novo? Mas sou do time dos sem-projeto... E precisava propor algo. Mas a ideia de auto-residências me empurrou a refletir: porque não morar um pouco mais em mim mesma? E assim, propus.


quem eu era e o que queria aquele dia

Psicóloga de formação, com mestrado em Psicologia Clínica, venho atuando profissionalmente nas áreas de comunicação, especialmente para mídias digitais, produção e curadoria de conteúdo, junto a projetos ligados à internet e cultura digital, vestindo a camiseta do software livre e do conhecimento compartilhado. Curiosa, gosto de usar a internet para fazer cursos e seguir tutoriais, e entre meus interesses recorrentes estão cursos sobre linguagens de programação, línguas estrangeiras, lógica e matemática, além de tutoriais de administração de sistemas e redes Linux. Minhas leituras mais recentes e menos técnicas, também usando a internet, versam sobre nutrição e cura pela dieta, criação com apego, feminismo, racismo, e também macroeconomia.

Proposta de trabalho

Investigar, em leituras e interações com demais participantes da residência, modos de existência possíveis e alternativos aos modos de vida opressores contemporâneos, especialmente os adaptados às exigências do trabalho e da vida nas grandes cidades. A proposta é promover reflexão através de certa desterritorialização que uma residência num hacklab rural pode proporcionar, e forçar­-me a certa introspecção por um afastamento das redes sociais e da banalização da comunicação proporcionada pelo uso de protocolos instantâneos e praticamente gratuitos, evitando, durante a residência, a interação por esses meios. Tentar desnaturalizar um fluxo de vida permeado de quebras para envio de fotos ou comentários qualificando cada ação e ver o impacto disso na qualificação das interações tetè-­a-­tetè e na criação de vacúolos de solidão e silêncios tão raros em tempos de hiperconectividade.

a viagem

chegando o dia - depois de uma troca de datas para ajudar outra "residente" - e eu pensando: como diabos vou fazer isso que propus? o que é que estou propondo, afinal? não sei ainda, mas cheguei a conclusão que tentar trabalhar com estruturas pré-definidas e cobrar produtividade de mim mesma era reflexo dos modos de vida que proponho questionar, desnaturalizar. e assim, não sem esforço, me concentrei em levar esse mergulho no desconhecido com leveza. desencanada.


brasília - são paulo

já cheguei em são paulo tantas vezes. morei em são paulo alguns anos. mesmo depois, voltando como visitante, sempre me senti em casa, sempre me senti à vontade. desta vez foi diferente. não deixei de me sentir à vontade, mas me senti distante. como quando você encontra um velho amigo por quem tem carinho mas não tem nada mais em comum. e fiquei com pena de quem mora na cidade.

mas mesmo assim ajudei o taxista a calcular se a tabela nova realmente refletia os 9,8% de aumento regulamentado ou se, como alguns colegas alegavam, estava feita de maneira a prejudicá-los. uma calculadora mostrou que, pelo menos a primeira vista, tava tudo corretamente calculado.


não me esperem pro almoço

Cheguei e vi que não ia dar. Talvez acordasse melhor, mas não tinha muita esperança. Não dava, eu comentei, fizeram pouco caso. Casualmente ou não, era dia de TPM, somada com tensão pré-viagem, malas feitas às pressas, balada infantil sob sol de meio dia, pouco sono porque sempre tem muito pra resolver na última hora. No "dia de pegar o ônibus para Resende", acordei destruída. passei o dia na cama. poderia ter resolvido com medicamentos e urgência, mas considerei parte da proposta, respeitar os tempos do meu corpo.

Aviso.

será que ainda vou?

não pela chuva, absolutamente. é só mais um dado curioso.

Previsão do tempo


Maximum laziness

no meio do caminho

A Temperança

Temperança é a carta da integração e de encontrar o equilíbrio. Agora é um momento de ajuste. Duas ou mais coisas estão confluindo para criar algo novo. Você pode estar integrando sua vida com a de outro, integrando sua vida pessoal e profissional, ou integrando espiritualidade à sua vida cotidiana. Qualquer que seja o projeto no qual você está trabalhando, assegure-se de mudar só um pouquinho por vez, para então dar um passo atrás e avaliar os resultados. Como um cientista, mude uma variável por vê e veja o que acontece. Encontre seu equilíbrio antes de seguir adiante. Use suas emoções e seja prático também. Em uma situação com outra pessoa, compromisso será necessário. Se você tem se sentido descalibrada, procure equilíbrio entre trabalhar e brincar, sentir e fazer.

brilho da lua

ciborgues não sabemos mais viver alheios a nossas extensões-máquinas.

Laptops na Nuvem.