Mudanças entre as edições de "Mariana Marcassa"

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(PROPOSTA PARA NUVEM - MARIANA MARCASSA)
 
 
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'''QUAL O ATUAL IMPASSE DE MEU TRABALHO? ''': Parto de um texto escrito por mim, no ano de 2011. O texto, intitulado ''UM CORPO'', faz parte da minha dissertação de mestrado defendida em mesmo ano. Após ter relutado contra a urgência de elaborar a minha experiência performática de 10 anos no Grupo EmpreZa (coletivo goiano do qual fui uma das fundadoras), aceitei o fato desta urgência e passei a investir na escrita desta experiência. Após um longo processo de escrita, onde eu já havia criado uma série de palavras para pensar o estado em que se encontrava o corpo do performer na realização de nossos trabalhos, me deparo com as seguintes perguntas: De onde vem a força do trabalho do Grupo EmpreZa? Quais as linhas de força que nos constitui enquanto grupo e nos incita a criar tais performances? Performances estas, de tom grave, no atrito de tensões? Foi na imanência destas perguntas que o texto ''Um Corpo'' nasce. Passo a farejar historias singulares de cada um de nós (integrantes do grupo), histórias reais de nossas vidas, de nossos processos performáticos. Procurando tramar essas histórias, retirando a pessoalidade dos “eus”, ''Um Corpo'' foi se fazendo como um singular e múltiplo corpo impessoal. Para a minha surpresa, entre choros e caganeiras, o processo desta escrita me lançou para paisagens e memórias as quais não nos pertencem pessoalmente, mas que de algum modo ecoam em nossos corpos. Abriram-se frases como se uma polifonia de vozes do passado estivessem ganhando espaço. Vozes que se relacionam diretamente com a memória de um Brasil Colônia, de um Goiás profundo, de dores e massacres próprios à invenção do Brasil. Atônita com tantas vozes zumbindo nos meus ouvidos decido me lançar, no duplo sentido da palavra: lançar-me para fora do Grupo EmpreZa e lançar-me ao encontro destas vozes, fazê-las ecoar, ouvi-las mais, escrevê-las e performá-las. Eis então o atual impasse do meu trabalho: Como libertar estas vozes? Como fazê-las ecoar? Como fazê-las vibrar em meu corpo e performá-las? Neste sentido, o que venho propor para a RESIDÊNCIA DE VERÃO 2014 DO NUVEM é uma tentativa de explorar estas perguntas.
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'''QUAL O ATUAL IMPASSE DE MEU TRABALHO? ''': Parto de um texto escrito por mim, no ano de 2011. O texto, intitulado ''Um Corpo'', faz parte da minha dissertação de mestrado defendida em mesmo ano. Após ter relutado contra a urgência de elaborar a minha experiência performática de 10 anos no Grupo EmpreZa (coletivo performático com sede em goiânia), aceitei o fato desta urgência e passei a investir na escrita desta experiência. Após um longo processo de estudo e escrita me deparo com as seguintes perguntas: De onde vem a força do trabalho do Grupo EmpreZa? Quais as linhas de força que nos constitui enquanto grupo e nos incita a criar tais performances? Performances estas, de tom grave, no atrito de tensões? Foi na imanência destas perguntas que o texto ''Um Corpo'' nasce. Passo a farejar historias singulares de cada um de nós (integrantes do grupo), histórias reais de nossas vidas, de nossos processos performáticos. Procurando tramar essas histórias, retirando a pessoalidade dos “eus”, ''Um Corpo'' foi se fazendo como um singular e múltiplo corpo impessoal. Para a minha surpresa, entre choros e caganeiras, o processo desta escrita me lançou para paisagens e memórias as quais não nos pertencem pessoalmente, mas que de algum modo ecoam em nossos corpos. Abriram-se frases como se uma polifonia de vozes do passado estivessem ganhando espaço. Vozes que se relacionam diretamente com a memória de um Brasil Colônia, de um Goiás profundo, de dores e massacres próprios à invenção do Brasil. Atônita com tantas vozes zumbindo nos meus ouvidos decido me lançar, no duplo sentido da palavra: lançar-me para fora do Grupo EmpreZa e lançar-me ao encontro destas vozes, fazê-las ecoar, ouvi-las mais, escrevê-las e performá-las. Eis então o atual impasse do meu trabalho: Como libertar estas vozes? Como fazê-las ecoar? Como fazê-las vibrar em meu corpo e performá-las? Neste sentido, o que venho propor para a RESIDÊNCIA DE VERÃO 2014 DO NUVEM é uma tentativa de explorar estas perguntas.
  
'''PROPOSTA PARA NUVEM - RESIDÊNCIA DE VERÃO 2014:''' Consiste numa performance de longa duração que acontecerá durante os 5 dias de residência. Nela, meus instrumentos de trabalho serão o corpo, o sopro, um berrante e o texto ''Um Corpo''. Durante os primeiros 4 dias, após a minha chegada e um breve acordo entre as partes, entrarei em estado de mutismo total. Muda, explorarei a geografia local na companhia do berrante e o seu toque. A intenção é que neste processo o estado de mutismo, a meditação, o contato com o lugar e o tocar do berrante possam abrir escuta para outras vozes, bem como, para a criação do corpo intensivo que interessa as minhas performances. No quinto e último dia de residência, pouco a pouco, retomarei a fala. Primeiramente através da expulsão de sons não articulados em palavras (durante 4 horas seguidas). Num segundo momento, retomarei o texto A BODY, lendo-o repetidas vezes durante algumas horas seguidas (4 horas ou mais).Produzir silêncio, escutar vozes e fazê-las vibrar no ‘canto’ do berrante, no corpo da performer e na sua fala retomada.  
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'''PROPOSTA PARA NUVEM - RESIDÊNCIA DE VERÃO 2014:''' Consiste numa performance de longa duração que acontecerá durante os 5 dias de residência. Nela, meus instrumentos de trabalho serão o corpo, o sopro, um berrante e o texto ''Um Corpo''. Durante os primeiros 4 dias, após a minha chegada e um breve acordo entre as partes, entrarei em estado de mutismo total. Muda, explorarei a geografia local na companhia do berrante e o seu toque. A intenção é que neste processo o estado de mutismo, a meditação, o contato com o lugar e o tocar do berrante possam abrir escuta para outras vozes, bem como, para a criação do corpo intensivo que interessa as minhas performances. No quinto e último dia de residência, pouco a pouco, retomarei a fala. Primeiramente através da expulsão de sons não articulados em palavras (durante 4 horas seguidas). Num segundo momento, retomarei o texto ''Um corpo'', lendo-o repetidas vezes durante algumas horas seguidas (4 horas ou mais).Produzir silêncio, escutar vozes e fazê-las vibrar no ‘canto’ do berrante, no corpo da performer e na sua fala retomada.  
 
Terá a experiência do mutismo a potência de fazer ecoar as vozes que sussurram nos meus ouvidos? Quais as falas que ganharão espaço após os 4 dias de mudez? Seriam elas capazes de entrar em composição com o texto ''Um Corpo''?
 
Terá a experiência do mutismo a potência de fazer ecoar as vozes que sussurram nos meus ouvidos? Quais as falas que ganharão espaço após os 4 dias de mudez? Seriam elas capazes de entrar em composição com o texto ''Um Corpo''?
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O problema não está em permanecer na ''mudez'', e sim, no ''voltar a falar''. É aqui que se encontra o ponto de tensão, o lugar a ser explorado, o buraco a ser esgarçado. Entre a Mudez e a Palavra há um (ou vários) mundo(s) a ser percorrido, criado, inventado.
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Nesta passagem uma violência acontece. E é a partir dela que as vozes (que se encontram no texto) poderão ganhar espaço.
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Edição atual tal como às 01h31min de 26 de março de 2014

QUAL O ATUAL IMPASSE DE MEU TRABALHO? : Parto de um texto escrito por mim, no ano de 2011. O texto, intitulado Um Corpo, faz parte da minha dissertação de mestrado defendida em mesmo ano. Após ter relutado contra a urgência de elaborar a minha experiência performática de 10 anos no Grupo EmpreZa (coletivo performático com sede em goiânia), aceitei o fato desta urgência e passei a investir na escrita desta experiência. Após um longo processo de estudo e escrita me deparo com as seguintes perguntas: De onde vem a força do trabalho do Grupo EmpreZa? Quais as linhas de força que nos constitui enquanto grupo e nos incita a criar tais performances? Performances estas, de tom grave, no atrito de tensões? Foi na imanência destas perguntas que o texto Um Corpo nasce. Passo a farejar historias singulares de cada um de nós (integrantes do grupo), histórias reais de nossas vidas, de nossos processos performáticos. Procurando tramar essas histórias, retirando a pessoalidade dos “eus”, Um Corpo foi se fazendo como um singular e múltiplo corpo impessoal. Para a minha surpresa, entre choros e caganeiras, o processo desta escrita me lançou para paisagens e memórias as quais não nos pertencem pessoalmente, mas que de algum modo ecoam em nossos corpos. Abriram-se frases como se uma polifonia de vozes do passado estivessem ganhando espaço. Vozes que se relacionam diretamente com a memória de um Brasil Colônia, de um Goiás profundo, de dores e massacres próprios à invenção do Brasil. Atônita com tantas vozes zumbindo nos meus ouvidos decido me lançar, no duplo sentido da palavra: lançar-me para fora do Grupo EmpreZa e lançar-me ao encontro destas vozes, fazê-las ecoar, ouvi-las mais, escrevê-las e performá-las. Eis então o atual impasse do meu trabalho: Como libertar estas vozes? Como fazê-las ecoar? Como fazê-las vibrar em meu corpo e performá-las? Neste sentido, o que venho propor para a RESIDÊNCIA DE VERÃO 2014 DO NUVEM é uma tentativa de explorar estas perguntas.

PROPOSTA PARA NUVEM - RESIDÊNCIA DE VERÃO 2014: Consiste numa performance de longa duração que acontecerá durante os 5 dias de residência. Nela, meus instrumentos de trabalho serão o corpo, o sopro, um berrante e o texto Um Corpo. Durante os primeiros 4 dias, após a minha chegada e um breve acordo entre as partes, entrarei em estado de mutismo total. Muda, explorarei a geografia local na companhia do berrante e o seu toque. A intenção é que neste processo o estado de mutismo, a meditação, o contato com o lugar e o tocar do berrante possam abrir escuta para outras vozes, bem como, para a criação do corpo intensivo que interessa as minhas performances. No quinto e último dia de residência, pouco a pouco, retomarei a fala. Primeiramente através da expulsão de sons não articulados em palavras (durante 4 horas seguidas). Num segundo momento, retomarei o texto Um corpo, lendo-o repetidas vezes durante algumas horas seguidas (4 horas ou mais).Produzir silêncio, escutar vozes e fazê-las vibrar no ‘canto’ do berrante, no corpo da performer e na sua fala retomada. Terá a experiência do mutismo a potência de fazer ecoar as vozes que sussurram nos meus ouvidos? Quais as falas que ganharão espaço após os 4 dias de mudez? Seriam elas capazes de entrar em composição com o texto Um Corpo?



O problema não está em permanecer na mudez, e sim, no voltar a falar. É aqui que se encontra o ponto de tensão, o lugar a ser explorado, o buraco a ser esgarçado. Entre a Mudez e a Palavra há um (ou vários) mundo(s) a ser percorrido, criado, inventado. Nesta passagem uma violência acontece. E é a partir dela que as vozes (que se encontram no texto) poderão ganhar espaço.

Mariana Marcassa 1.pngMariana Marcassa 2.pngMariana Marcassa 3.pngMariana Marcassa 4.pngMariana Marcassa 5.pngMariana Marcassa 6.pngMariana Marcassa sonoridades do berrante.pngMariana Marcassa 7.pngMariana Marcassa 8.pngMariana Marcassa 9.pngMariana Marcassa 10.pngMariana Marcassa 11.pngMariana Marcassa 12.pngMariana Marcassa 13.pngMariana Marcassa 14.pngMariana Marcassa 15.pngMariana Marcassa 16.pngMariana Marcassa 17.pngMariana Marcassa 18.pngMariana Marcassa 19.pngMariana Marcassa 20.pngMariana Marcassa 21.pngMariana Marcassa 22.pngMariana Marcassa 23.pngMariana Marcassa 24.pngMariana Marcassa 25.pngMariana Marcassa 26.pngMariana Marcassa 27.pngMariana Marcassa 29.pngMariana Marcassa 30.pngMariana Marcassa 31.pngMariana Marcassa 32.pngMariana Marcassa 33.pngMariana Marcassa 34.pngMariana Marcassa 35.pngMariana Marcassa 36.pngMariana Marcassa 37.pngMariana Marcassa 38.pngMariana Marcassa 39.pngMariana Marcassa 40.pngMariana Marcassa 41.pngMariana Marcassa 42.pngMariana Marcassa 43.pngMariana Marcassa 44.png