Mudanças entre as edições de "Joana Quiroga"
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+ | Sou uma mistura de muitas coisas: formada em filosofia, me tornei pesquisadora de intervenções urbanas, curadora, cozinheira, fotógrafa, escritora. Na verdade são tantas as relações que vejo entre estes e outros saberes que, mesmo após tantos trabalhos realizados, o único que permaneceu inalterado é a necessidade de lapidação e manutenção constantes do sentido que permite estas conexões e a reinvenção do modo de externá-las. No momento presente tem sido difícil reorganizá-las no campo prático, por isso a necessidade desta pausa, do simples, sempre matéria tão fértil para o desafio de auscultar a complexidade. A oportunidade procurada com esta residência foi, portanto, fazer nascer novos diálogos entre estes saberes, dando-lhes espaço para outros nascimentos, e buscar fazer do meu desconhecimento, alimento para o futuro. | ||
+ | Por isso, propus para a residência algo simples e objetivo, no entanto cheio de simbolismos: fazer meu primeiro pão de fermentação natural. Neste tipo de fermentação uma das combinações de ingredientes mais básicas, farinha e água, é exposta ao tempo e do espaço, reagindo conforme suas variações e intempéries, exigindo daquele que deseja o pão, a observação silenciosa e paciente: pois a fermentação nada mais é do que o processo de apodrecimento que, no entanto, conduzido de modo especial, em diálogo obediente às silenciosas e sutis demandas da vida que se torna presente naquela mistura, possibilita transformá-lo em alimento. Esta pequenina aventura-experiência, é, deste modo, como um microcosmos do que acontece neste novo corpo de ideias, ainda pura potência, que, aos poucos, na observação e cuidado das interações, pode tornar-se sustento para o que está por vir. | ||
− | Faz parte do projeto, alimentar e fazer crescer também este espaço. | + | Faz parte do projeto, alimentar e fazer crescer também este espaço virtual. |
Edição das 23h50min de 29 de janeiro de 2015
Proposta de trabalho para a residência de verão
Proposta de trabalho para a residência de verão
Sou uma mistura de muitas coisas: formada em filosofia, me tornei pesquisadora de intervenções urbanas, curadora, cozinheira, fotógrafa, escritora. Na verdade são tantas as relações que vejo entre estes e outros saberes que, mesmo após tantos trabalhos realizados, o único que permaneceu inalterado é a necessidade de lapidação e manutenção constantes do sentido que permite estas conexões e a reinvenção do modo de externá-las. No momento presente tem sido difícil reorganizá-las no campo prático, por isso a necessidade desta pausa, do simples, sempre matéria tão fértil para o desafio de auscultar a complexidade. A oportunidade procurada com esta residência foi, portanto, fazer nascer novos diálogos entre estes saberes, dando-lhes espaço para outros nascimentos, e buscar fazer do meu desconhecimento, alimento para o futuro. Por isso, propus para a residência algo simples e objetivo, no entanto cheio de simbolismos: fazer meu primeiro pão de fermentação natural. Neste tipo de fermentação uma das combinações de ingredientes mais básicas, farinha e água, é exposta ao tempo e do espaço, reagindo conforme suas variações e intempéries, exigindo daquele que deseja o pão, a observação silenciosa e paciente: pois a fermentação nada mais é do que o processo de apodrecimento que, no entanto, conduzido de modo especial, em diálogo obediente às silenciosas e sutis demandas da vida que se torna presente naquela mistura, possibilita transformá-lo em alimento. Esta pequenina aventura-experiência, é, deste modo, como um microcosmos do que acontece neste novo corpo de ideias, ainda pura potência, que, aos poucos, na observação e cuidado das interações, pode tornar-se sustento para o que está por vir.
Faz parte do projeto, alimentar e fazer crescer também este espaço virtual.