Mudanças entre as edições de "Introdução Tecnomagia"

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Apesar do termo “tecnociência” soar bem aos ouvidos de muitos, não raro o título deste livro suscita questionamentos e certa estranheza. Certamente não pela incompreensão de sua dimensão tecnológica, mas justamente por trazer à tona uma lógica não-científica. Enviados a partir de uma chamada pública, decorrente do encontro de Tecnomagia, realizado no hacklab rural Nuvem.tk entre 10 e 13 de maio de 2013, os textos a seguir abordam diferentes perspectivas sobre esta ideia.
 
  
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Quais os limites da crença míope na ciência normal e sua sucessão infinita de paradigmas? Com quantos progressos se faz uma barbárie? Ou dissecar então a etimologia de "Universo" até chegar no fim da História para repetir como farsa apoteótica? Puro Oxímoro? Redes de delírios?
  
Trazendo à tona outras formas de nos relacionarmos entre si, com as tecnologias e o mundo que nos cerca, cyberpunks, alquimistas, artistas e ativistas inventam e traduzem aqui relações baseadas não no domínio e na colonização do homem sobre a natureza, mas na simbiose entre diferentes organismos e matérias. O livro aprofunda questões relacionadas à relação da tecnologia com magia em diversos níveis: seja por meio de sua dimensão estética, em poemas, relatos de intervenções, narrativas ficcionais, etc; seja através do conhecimento científico, aproximando-se da ideia de Tecnomagia pela a antropologia, filosofia da tecnologia e outras ciências humanas.
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Nascidos em hospitais, assassinaram a lógica por legítima defesa e fugiram da aula de anatomia. Recusaram o pragmatismo da talha dos bisturis hipocráticos, afiados para esta operação cirúrgica de cortes dos umbigos da genealogia que definiu os nomes das crenças todas. Inventaram o elo perdido entre o pré-histórico e o pós-digital, que agora opera diretamente em função de desejos subjetivos de busca por potencialização de alteridades.  
  
Não se trata aqui da busca por definições ou por uma abordagem unificadora entre estas diferentes concepções. O livro desvela um caleidoscópio de multiplicidades que derruba o muro moderno erguido entre ciência e magia. Delicie-se sobre os escombros.
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O que querem estes filhos bastardos com seus caleidoscópios de lendas e ciências tortas, derivadas e híbridas? Ameaça ao tabuleiro de mapas e peças da batalha entre os Homo Fabers. A geologia da Alquimia, da Macumba, das Cartomancias Insurgentes, das CiberSanterias, da Física Computacional Aplicada, das Gambiarras, das Técnicas do Êxtase reunidas não sobre um mesmo plano, mas em uma intensa caixa de areia. Hermes-Exu. Falanges e turbas de entidades míticas a protegem daqueles que podem crer em algo para além da metafísica da colisão de partículas, gerando novos universos e redefinindo as posições dos astros, estrelas e fronteiras. Tecnologia é mato. O mato é humano. Pise na grama. A brisa levando sigilos encriptados para o xamã-rádio no ipê com seu maracá-desacelerador de partícula.
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Construir alianças com a técnica não-cartografáveis por taxonomias dos fazeres e saberes. Amar o erro. Amar a máquina. Ser máquina. E renomear-nos. Ciência subjetiva da coisas. Simbiose entre organismos e matérias. A especialização foi um erro. Os alquimistas estão voltando. A pura entropia, sem as contas? Ábacos são Oráculos? Que horas temos?
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Faça-se carne entre nós!

Edição atual tal como às 00h48min de 12 de fevereiro de 2014

Quais os limites da crença míope na ciência normal e sua sucessão infinita de paradigmas? Com quantos progressos se faz uma barbárie? Ou dissecar então a etimologia de "Universo" até chegar no fim da História para repetir como farsa apoteótica? Puro Oxímoro? Redes de delírios?

Nascidos em hospitais, assassinaram a lógica por legítima defesa e fugiram da aula de anatomia. Recusaram o pragmatismo da talha dos bisturis hipocráticos, afiados para esta operação cirúrgica de cortes dos umbigos da genealogia que definiu os nomes das crenças todas. Inventaram o elo perdido entre o pré-histórico e o pós-digital, que agora opera diretamente em função de desejos subjetivos de busca por potencialização de alteridades.

O que querem estes filhos bastardos com seus caleidoscópios de lendas e ciências tortas, derivadas e híbridas? Ameaça ao tabuleiro de mapas e peças da batalha entre os Homo Fabers. A geologia da Alquimia, da Macumba, das Cartomancias Insurgentes, das CiberSanterias, da Física Computacional Aplicada, das Gambiarras, das Técnicas do Êxtase reunidas não sobre um mesmo plano, mas em uma intensa caixa de areia. Hermes-Exu. Falanges e turbas de entidades míticas a protegem daqueles que podem crer em algo para além da metafísica da colisão de partículas, gerando novos universos e redefinindo as posições dos astros, estrelas e fronteiras. Tecnologia é mato. O mato é humano. Pise na grama. A brisa levando sigilos encriptados para o xamã-rádio no ipê com seu maracá-desacelerador de partícula.

Construir alianças com a técnica não-cartografáveis por taxonomias dos fazeres e saberes. Amar o erro. Amar a máquina. Ser máquina. E renomear-nos. Ciência subjetiva da coisas. Simbiose entre organismos e matérias. A especialização foi um erro. Os alquimistas estão voltando. A pura entropia, sem as contas? Ábacos são Oráculos? Que horas temos?

Faça-se carne entre nós!