Claudia Halley e Marcelo Pinel
ENTIDADES TÉRREAS (...) e então Deus fez a humanidade de barro.
Nosso corpo humano carnal, nada mais é que sofisticadas terras transmutadas e enriquecidas de uma grande parte de água. Durante a vida, o corpo se alimenta de várias plantas, frutos, grãos e outros animais. Ao morrer, o corpo se decompõe retornando ou se transformando em terra. Em contraponto, a mesma terra proveniente da morte dos seres vivos, proporciona mais uma vez alimento ao reino vegetal, continuando um ciclo eterno.
A terra é como a vida da morte.
As ENTIDADES TÉRREAS se resumem em terra fértil retirada do solo e depositadas dentro de roupas até preencher-las em suas formas evocando presenças humanas. A mesma terra fértil da decomposição é colocada em sua forma bruta e encarna um ser humanoide quase vivo. Vivo em presença, que com o passar do tempo vai retornando à sua origem, e ao mesmo tempo, transmutando-se nas várias vidas vegetais que brotam de si mesmas.
Ficamos alguns dias na estação rural confeccionado algumas dessas entidades e às deixamos em alguns pontos no terreno, deixadas para serem regadas pela chuva, habitadas por minhocas, insetos, e outros seres. É o oposto de espantalho, simbolizando uma integração do ser humano com a natureza.
RESIDÊNTES INTERNACIONAIS PERMANENTES NA NUVEM
Mapeamento da origem de espécies vegetais em seus respectivos países de origem. A grande maioria das espécies vegetais encontradas nas dependência da Nuvem são nativas da mata atlântica e do Brasil. Entretanto não é dificil encontrar espécies exoticas de vegetais. Assim como houveram várias migrações de povos em vários períodos da história da humanidade, as plantas (alimenticias, ornamentais, medicinais, aromáticas etc.) sempre estiveram juntos com os humanos nessas migrações e colonizações.