Bem-te-vi

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Predefinição:Info/Taxonomia

O Predefinição:PBPE é uma ave passeriforme da família dos tiranídeos de nome científico Pitangus sulphuratus, que provêm de pitanga guassu, ou seja, pitanga grande, forma pela qual os índios brasileiros tupi-guarani o chamavam; e do latim sulphuratus, pela cor amarela como enxofre no ventre da ave. A espécie é ainda conhecida pelos índios como pituã, pitaguá ou puintaguá. Outras apelações existentes são triste-vida, bentevi, bem-te-vi-verdadeiro, bem-te-vi-de-coria, tiuí, teuí, tic-tiui e siririca (somente para fêmeas). A versão portuguesa da palavra se assemelha com a anglófona: great kiskadee. Na Argentina é conhecido como bichofeo, vinteveo e benteveo; na Bolívia como frío; e na Guiana Francesa como quiquivi ou qu'est-ce qu'il dit.<ref>Predefinição:Fr Armand Massé (1878-1884), Journal, Volume 2, publicado como De la Vendée aux Caraïbes, Armand Massé, Dominique Rézeau, 1995, L'Harmattan, p. 364.</ref>

Os únicos representantes do género Pitangus eram o bem-te-vi e a espécie Pitangus lictor,<ref>BirdLife Internacional</ref> porém atualmente só uma espécie enquadra-se neste género, o próprio bem-te-vi. A espécie Pitangus lictor agora é sinonímia da atual Philohydor lictor, o bem-te-vizinho.<ref>FRISH, JOHAN DALGAS e FRISH, CHRISTIAN DALGAS. Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem. 3ª ed. São Paulo, SP. 2005.</ref>

A escrita bentevi não é reconhecida pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.<ref>Sistema de Normalização de Documentos da UnB</ref>

Medindo cerca de 23,5 cm, caracteriza-se principalmente pela coloração amarela viva no ventre e uma listra branca no alto da cabeça, além do canto que nomeia o animal. Considerado um dos pássaros mais populares do Brasil, é um dos primeiros a vocalizarem ao amanhecer.

Morfologia

Bem-Te-Vi.jpg

Constitui em uma ave de médio porte, medindo entre de 22 e 25 cm de comprimento para aproximadamente 60 gramas. Tem uma coloração parda no dorso; amarela viva na barriga; uma listra (sobrancelha) branca no alto da cabeça, acima dos olhos; cauda preta. O bico é preto, achatado, longo, resistente e um pouco encurvado. A garganta (zona logo abaixo do bico) é de cor branca. Não há dimorfismo sexual entre a espécie.

Ocorrência

É uma ave típica da América Latina, com uma distribuição geográfica que se estende predominantemente do sul do México à Argentina, em uma área estimada em 16.000.000 km².<ref>IUCN Red List of Threatened Species: Pitangus sulphuratus</ref> Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha de Trinidad. Foi introduzida nas Bermudas em 1957, importadas de Trinidad,<ref>Bermuda's Fauna</ref> e na década de 1970 em Tobago. Nas Bermudas, são a terceira espécie de ave mais comum, podendo atingir densidades populacionais de 8 a 10 pares por hectare.<ref name="ADW">Hsiao, A. 2001. "Pitangus sulphuratus" (On-line), Animal Diversity Web. Acesso a 17 de julho de 2006 em http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Pitangus_sulphuratus.html.</ref>

É um habitante bem conhecido em todas as regiões brasileiras, podendo ser encontrado em cidades, matas e ambientes aquáticos como lagoas e rios. Pode-se vê-lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando-se nos tanques ou chafarizes das praças públicas. Como podemos ver, possui grande capacidade de adaptação.

É uma das aves mais populares no Brasil. Anda geralmente sozinho, mas pode ser visto em grupos de três ou quatro que se reúnem habitualmente em antenas de televisão.

Predefinição:Tabelaauto |+ Lista de países e locais onde pode ser encontrado |----- | Argentina | Belize | Bermudas | Bolívia | Brasil | Chile |-bgcolor="#EFEFEF" | Colômbia | Costa Rica | Equador | El Salvador | Ilhas Malvinas | Guiana Francesa |----- | Guatemala | Guiana | Honduras | México | Nicarágua | Panamá |-bgcolor="#EFEFEF" | Paraguai | Peru | Geórgia do Sul | Sanduíche do Sul | Suriname | Trinidad e Tobago |----- | Estados Unidos | Uruguai | Venezuela | | | |}

Para uma melhor visualização da sua área de distribuição poderá consultar este mapa (nota: ocorrência/ausência por país/região e não área de distribuição concreta). A ave não ocorre nem na costa ocidental da América do Sul nem no extremo sul (exemplo: Terra do Fogo).

Canto

Arquivo:Pitangus-3.ogg O seu canto trissilábico característico enuncia as sílabas BEM-te-VI, que dão o nome à espécie. Portanto, seu nome popular possui origem onomatopéica. Seu canto pode ser também dissilábico, emitindo um BI-HÍA ou ainda monossilábico, quando escutamos um TCHÍA.

Os cantos têm sonoridades diferentes consoante o local. É uma das razões de serem utilizados vários nomes comuns para esta espécie.

Reprodução

Ovos de Bem-te-vi
Bem-te-vi enfrentando um gavião.
Um bem-te-vi se alimentando de uma banana

Constrói o ninho com capim e pequenas ramas de vegetais em galhos de árvores geralmente bem cerradas. Pode inclusive utilizar para construir o seu ninho, sobretudo em zonas urbanas, material de origem humana: papel, plástico e fios. Seu ninho tem uma forma fechada e esférica com a entrada na parte lateral (diferentemente dos ninhos em forma de xícara, a entrada é pelo lado), medindo cerca de 25 cm de diâmetro, geralmente é construído no topo de árvores altas, na forquilha de um galho, mas é muito comum também vê-lo nas cavidades dos geradores de postes, podendo ficar entre 3 e 12 m do solo.

Além de construir o ninho o casal divide as tarefas de cuidar da prole. Na época do acasalamento próximo ao ninho, macho e fêmea cantam em dueto, batendo as asas ritmicamente.<ref>http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Animais_JD_Botanico/aves/aves_biologia_geral_ninhos.htm</ref>

Põe cerca de três a quatro ovos cônicos e brancos com pintinhas pretas (lembrando ovos de codorna). Eles são brancos logo após a postura, mas após um tempo passam a ficar amarelados. Os ovos medem 31 x 21 milímetros e são incubados pelo casal. São cônicos com pintinhas pretas como os ovos de codorna, após a eclosão seu desenvolvimento é altricial (nasce quase sem penas com olhos fechados, não voa nem anda): <ref>http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Animais_JD_Botanico/aves/aves_biologia_geral_ninhos.htm</ref>

Época de reprodução: setembro a dezembro.
Número de ovos: 3 a 4 ovos.
Incubação:17 dias.

São aves monogâmicas e quando da nidificação o território circundante ao ninho é defendido vigorosamente, podendo vir a ser agressivo com outros pássaros e até mesmo outros animais ao se sentir ameaçado. Por esta razão que faz parte da família dos tiranídeos (de tirano). É comum vê-los dando rasantes em aves de rapina (principalmente gaviões) que entram no seu território.

Alimentação

Possui uma variada alimentação. É insetívoro, podendo devorar centenas de insetos diariamente. Mas também come frutas (como bananas, mamões, maçãs, laranjas, pitangas e muitas outras), ovos de outros passarinhos, flores de jardins, minhocas, cobras, pequenas cobras, lagartos, crustáceos, além de peixes e girinos de rios e lagos de pouca profundidade. Costuma comer parasitas (carrapatos) de bovinos e equinos. Atrapalha a apicultura por ser predador de abelhas. Apesar de ser mais comum vê-lo capturar insetos pousados em ramos, também é comum atacá-los durante o vôo. Atacam também ninhos de outras aves, como a cambacica.

Em suma, é uma ave que está sempre descobrindo novas formas de alimento. Devido ao seu regime alimentar generalista, por vezes poderá ajudar a controlar pragas de insectos, como por exemplo, sabe-se que esta ave se alimenta de répteis do género Anolis. Estes répteis, por sua vez, alimentam-se de escaravelhos predadores de insectos. A ave, ao fazer diminuir o número de répteis, fará com que sobrevivam mais escaravelhos, que aumentando o seu número, poderão controlar (diminuir) o número das suas presas (neste caso, insectos, que poderão em certas circunstâncias serem consideradas pragas, prejudicando as actividades humanas).<ref name="ADW"/>

Como é uma ave de hábitos que se adaptam muito rapidamente pode, também, se alimentar da ração de cachorros, gatos, e outros animais de estimação.

Ecologia

Tem um importante papel na dispersão de sementes. Em áreas de cerrado do estado de São Paulo, é uma das aves mais importante na dispersão de sementes da espécie Ocotea pulchella Mart.<ref>FRANCISCO, MERCIVAL R. and GALETTI, MAURO. Birds as potential seed dispersers of Ocotea pulchella Mart. (Lauraceae) in a cerrado area from southeastern Brazil. Rev. bras. Bot. [online]. Mar. 2002, vol.25, no.1 [acesso em 17 de julho de 2006], p.11-17. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-84042002000100003&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0100-8404.</ref>

Em certas regiões poderá ser migratória.

Segundo a Lista Vermelha de Espécies ameaçadas da IUCN, esta ave tem um estado de conservação de Segura ou pouco preocupante (Least Concern) <ref>Predefinição:IUCN2006</ref>. A população mundial está estimada em 5.000.000 a 50.000.000 indivíduos (Rich et al. 2003).

Subespécies

Um bem-te-vi se banhando.

Segundo a Avibase - The World Bird Database as subespécies são:

  • Pitangus sulphuratus argentinus
  • Pitangus sulphuratus bolivianus
  • Pitangus sulphuratus caucensis
  • Pitangus sulphuratus derbianus
  • Pitangus sulphuratus guatimalensis
  • Pitangus sulphuratus maximiliani
  • Pitangus sulphuratus rufipennis
  • Pitangus sulphuratus sulphuratus
  • Pitangus sulphuratus texanus
  • Pitangus sulphuratus trinitatis

Denominações noutras línguas

Predefinição:Referências

Predefinição:Ver também

Predefinição:Ligações externas

Predefinição:Correlatos