A abertura da Vênus

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O projeto tem como base o livro Ouvrir Venus do historiador da arte Georges Didi-Huberman. Propõe-se uma investigação filosófica no quadro Vênus de Botticelli, apresentando conceitos tanto que influenciaram como o Ficino e o neoplatonismo e também que se opuseram a exemplo o Georges Bataille e Madame Edwarda ao nu como gênero idealizado na arte. Este projeto é interdisciplinar, fazendo uma dança entre filosofia e arte. Dialoga, portanto, com a proposta do professor orientador Charles Feitosa em seu ensaio-manifesto Por uma Filosofia Pop sem que os quadros apresentados não sejam banalizados ou não tenham a densidade inerente ao pensamento. No final da apresentação teórica ocorre uma performance, para ilustrar em termos contemporâneos o questionamento acerca do nu. A seguir um resumo dos tópicos a serem trabalhados.

                                                                      PLANO DE TRABALHO

1) Introdução: defesa do projeto através da ligação entre Filosofia e Artes. 1.1) Filosofia Pop, artigo-manifesto do filósofo Charles Feitosa. 1.2) Não-historicidade em Nietzsche e a tensão dinâmica de Huberman.

2) A abertura da Vênus.

          	2.1)  O closet da Vênus. Panofsky, Ficino e a teoria do Amor.
          	2.2)  Ficção moralizante, máscara dionisíaca, dialética da nudez.
          	2.3) Bataille e sua madame Edwarda, ontologia da nudez?

3) Em última instância o nu é político, gesto do cotidiano, que roupas vestir? + Performance. '

                                        1 – Origem da Vênus

Vênus Celeste e Vênus Vulgaris. Tabela do Panofsky sobre a teoria do amor (Ficino). O nu metafísico. Uma das características da Vênus idealizada é a dissociação entre o afeto e a representação. Pensada por Freud nos seus estudos sobre a representação do sonho. Descrição do quadro Vênus: o vento, as roupas, zéfiro lascivo, etc. p. 34 “La nudité de Venus emergens apparaissait au poete humaniste comme nouée d’horreur autant que de pudeur”. p. 36 – sobre como a partir do olhar cuja a dialética aparece entre o pudor de uma deusa e o horror da castração do céu. Os escritos de Warburg só demonstram as polaridades míticas que aparecem. É um trabalho de movimento. Entre os movimentos secundários revelam “le pathos” da cena. Ou seja, há um movimento de dissimulação e, por isso, uma visão nietzschiana da Vênus, onde nessa dissimulação é entre o horror para com o pudor. P. 37 Composition de elementos “impuros” tendo o todo um resultado cheio de graça e pureza, portanto o processo envolve uma decomposição, uma “abertura do envelope” p. 38 e 39

                                        2 – A abertura da Vênus.

As vestimentas que encobrem o nu: Kenneth Clark, Le nu. Panofsky e iconologia. Vestimentas de técnica, elementos frios como o mármore e o neoplatonismo. O distanciamento da carne do desenho. a distancia entre o conceito que a imagem representa e o fenômeno. A Vênus está nua afinal? Apresentando esse “tocar mascarado” que a Vênus de Botticelli reatrata, o autor Huberman, coloca a mostra a tensão resultante entre do mesmo. Ela se divide entre a distância entre a carne e o desenho e a implicação que o quadro produz. [Dessa implicação chegamos ao nu “carnal”, aquele que estudamos em Bataille]. Ao passo que linhas depois o autor continua: “Il (Botticelli) se contente d’um simple vent agitant lês cheveux”.p 28 Não é intenção do autor substituir e criar novas vestimentas para Vênus. E sim propor novas chaves de investigação. De maneira que não se busca “une fausse pureté” e sim uma abertura tanto pra desbravar o toucher masque quanto para liberar o nu de seu distanciamento com a carne fenomenológica.

                                         3 – A resposta de Bataille e Courbet

Madame Edwarda e a ontologia da nudez. Podemos abrir sua nudez ao pensamento? A essência do homem se revela quando ele está nu? Nu de suas máscaras? Com ilustração do quadro A Origem do mundo de Gustave Courbet.