Amanda Costa
proposta
Nesta residência pretendo desenvolver o Cangotes, na versão rural. Este é um trabalho performático e de intervenção, inspirado na dinâmica urbana informal carioca e na canga de praia. Trata-se de um objeto modulável - o cangote - de urbanismo efêmero. Posto à disposição dos cidadãos, incitando-os a se apropriarem dos espaços públicos coletivamente.
O cangote é um redesenho da canga, aplicando-lhe o princípio do “puxadinho”. Dilatada por uma ex-tensão lateral, a canga em ”I” se transforma em ”L”, ampliando a zona de apropriação do solo. Sua nova forma faz com que ele sirva a múltiplas combinações com outros cangotes, gerando diversas configurações espaciais, como no jogo “Tetris”.
O cangote (canga-lote) propõe uma nova prática de cidade, sendo um dispositivo portátil de apropriação fundiária, que modifica as dinâmicas territoriais. Ele é um instrumento tático sob a forma de micro-arquitetura: um objeto relacional que gera transformações espaciais e na paisagem.
Eu procuro um novo contexto rural para o trabalho Cangotes, até agora realizado em meios urbanos. Neste sentido, no período da residência pretendo produzir cangotes com material vegetal local (madeira, bambu, cana, folhas etc).