Mudanças entre as edições de "Marcela Antunes"
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+ | Parto para encontros ao perto, ela em verde e eu em branco. Ela marrom e eu morena. Trepando em seus galhos, colhendo sua piña, sua semente, sua fruta e seu pinhão. | ||
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+ | Fotos da companheira de caminhadas: AnaKlaus |
Edição atual tal como às 19h26min de 17 de março de 2015
CORPO CURI
'...
Araucaria,
follaje
de bronce con espinas,
gracias
te dio
la ensangrentada estirpe,
gracias
te dio
la tierra defendida,
gracias,
pan de valientes,
alimento
escondido
en la mojada aurora
de la patria:
corona verde,
pura
madre de los espacios,
lámpara
del frío
territorio,
hoy
dame
tu
luz sombría,
la imponente
seguridad
enarbolada
sobre tus raíces
y abandona en mi canto
la herencia
y el silbido
del viento que te toca,
del antiguo
y huracanado viento
de mi patria.
Deja caer
en mi alma
tus granadas
para que las legiones
se alimenten
de tu especie en mi canto.
Árbol nutricio, entrégame
la terrenal argolla que te amarra
a la entraña lluviosa
de la tierra,
entrégame
tu resistencia, el rostro
y las raíces
firmes
contra la envidia,
la invasión, la codicia,
el desacato.
Tus armas deja y vela
sobre mi corazón,
sobre los míos,
sobre los hombros
de los valerosos,
porque a la misma luz de hojas y aurora,
arenas y follajes,
yo voy con las banderas
al llamado
profundo de mi pueblo!
Araucaria araucana,
aquí me tienes!'
ODA A LA ARAUCARIA ARAUCANA, Pablo Neruda
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Andanças e araucárias:
Foto da desbravadora: Camila Lacerda
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Sendo conhecida por uns tantos nomes populares, entre eles Pinheiro brasileiro e Pinheiro do Pará, é também chamada pelo seu nome de origem indígena, CURI. Podendo atingir alturas de 50 metros, sua forma única e peculiar em nossas paisagens lembram a forma de uma taça ou umbela. A araucária, segundo a IUCN, está em perigo crítico de extinção: http://www.iucnredlist.org/details/32975/0
Interagindo com este corpo através do meu próprio, parto para encontros e descobertas ao longe na paisagem, em brumas, em luas, em nuvens e em chuvas. Parto para encontros ao perto, ela em verde e eu em branco. Ela marrom e eu morena. Trepando em seus galhos, colhendo sua piña, sua semente, sua fruta e seu pinhão. Ela molhada e eu seca, e vice-versa, e mutuamente em dois estados e reciprocamente em um estado.
Roçando seus galhos em minhas mãos, porto suas farpas como matéria que me ajuda a me tornar casca; um corpo que vai se tornando curi. E este curi que vai sendo encontrado em pedaços, vai sendo coletado, e seus ramos despedaçados vão se re-integrando; um curi que vai se tornando corpo. O encontro ainda lateja, foi linheiro e doloroso, como ela em sua paisagem, como nós naquele estado simples e suspenso, como tudo o que precede a extinção.
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O corpo curi quando ainda é corpo e quando ainda é curi,
espeta,
pesa,
resiste,
camufla,
e rasga o tronco de um quando o tronco do outro o sustenta
e arde quando as folhas de um caem sobre as do outro
O corpo curi enquanto corpo curi é o chifre de um corpo,
é um corpo com dois chifres.
O vento que sopra,
o sol que bate,
a água que desce,
a raiz solta no chão,
a pele pinha,
a tripa pinhão,
Adereço e proteção
Encontro de sutilezas
não mais em desapuro
é dança que espreguiça ao seu largo,
ao seu longo
e arrepia seu torso inteiro
integro,
sua corpulência que agora desvela
sua concretude que é brisa
e que resiste
e permanece mesmo em sua vulnerabilidade
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www.marcelaantunes.net : [[1]].
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Fotos da companheira de caminhadas: AnaKlaus