Kinguio CasaArtstudio

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Kinguio é uma CasaArtStudio criado pelas artistas Daniela Pinheiro e Patricia Camelatto, com sede na cidade de São Paulo. Trabalhamos com ênfase em arte contemporânea, poéticas visuais e outras demais expressões artísticas, humanas, clínicas, ecológicas, intergalácticas que passam por nós como linhas fluidas que mudam de direção, que voltam, racham, nascem, cortam, entorpecem. Temos como proposta a intervenção transitória onde outros participantes, artistas entram em ressonâncias, trânsitos, ruídos em processos coletivos de criação com a Kinguio CasaArtStudio e vice-versa.

http://kinguiocasaartstudio.tumblr.com

Tecidos Vivos

Tecidos Vivos é uma obra em processo e pulsação, que está sendo gerada desde 2012 entre as artistas Patricia Camelatto e Daniela Pinheiro da Kinguio CasaArtStudio e encontra ressonância poética para materialização e aprofundamento com a artista Mariana Farcetta. Mergulhar em uma residência é oferecer tempo e cuidado para um processo embrionário de uma obra interativa em constante movimento e transformação. O processo perpassa a relação da respiração da Terra, tecido em pulsação composto por várias técnicas e linguagens.

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A pele em negativo ao solo, entre as plantas e pedras, levam a vivência deste corpo vivo (pele da (T)terra) à um casulo. Caminho do olhar e recorte de parte da superfície, agora ressaltada pela pele. Este órgão que envolve o corpo (T)terra, une couro e algodão formando o caminho das águas em azul. O negativo das plantas da paisagem é impresso no algodão pelo alquimista através do cianótipo.

Todos os elementos da obra são peles costuradas, uma pele que respira, uma pele terra que têm dobras infinitas. Costureiras, como ousar entrar em estado de transformação dentro de um casulo, que é dentro fora, vivo morto?

Como transitar por um corpo vivo? Perguntas feitas pelo estudioso às pedras. Saberes ancestrais que auxiliam na construção da obra-corpo-pele. Algo muito maior estava sendo dito. Movimentos pendulares indicam as transformações.

Transformações e estranhamentos sobre os suportes da obra fizeram sair da forma imposta. Encontro com pesquisador e suas referências trouxeram o estranhamento à tona, a dúvida que permitiu o desvio do olhar para as micropercepções. A pele do micro para o macro, da sinapse ao movimento do corpo.

Como transitar pela superfície viva ao solo? Pergunta o corpo em ritualística. União do couro do tamboleiro ao couro da superfície se dá pela união do som das batidas do coração da Mãe-Terra, contato vibracional da pele do buffalo drum (tambor energético), o tambor dá acesso a força vital através de seu ritmo.

O corpo em performance apresenta pele de xamã, criando também um corpo sonoro em transe, propagado na atmosfera da obra Tecidos Vivos. São atravessamentos de forças que perpassam um corpo que vibra com o nascimento e morte, que não está preso às formas / objeto e sim ao corpo energético / dobras. Órgãos que envolvem a superfície, vibrando a manifestação da vida e do espírito.

O negativo da superfície se fez sombra, seria possível transportar esta superfície para uma outra localidade? Questionou o artista, inquieto sobre a urgência de se falar sobre a pele da Terra no urbano. A pele também percorre uma zona clara, recortada em pele/couro, corpo encarregado de apresentar os paradoxos da vida. São infinidades de pequenas dobras, costuras, uma dança de poeira.

Transitaram todos: estudioso, costureiras , alquimista, tamboleiro, artista, pesquisador e suas referências por linhas, agulhas, químicos, plantas, barro, trovões, poemas...São tessituras de folhas, escoamento de palavras, avesso da linha na carne, pedra que gela o córrego, verdes pulmão, névoa crepuscular, curvas abismais, sanguíneo carretel, limbos cotovelares, paisagens torrenciais, fronteiras tropicais, raízes errantes em versos...

Processo

  • Início da imersão – residência NUVEM

Estudos, conceitos, esboços, desenhos, diálogos, composição



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  • Fotos: Daniela Pinheiro





  • Estranhamentos

Experiências sonoras e de suportes geraram um estranhamento muito importante para o processo. Tais problematizações sobre materiais e o espaço físico redesenharam outros modos de viabilizar a estética e a poética do projeto.


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Crédito foto: primeira foto da esquerda para direita - Patricia Camelatto



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  • Fotos: Daniela Pinheiro




  • Negativo da superfície


Recortes da superfície, estudos da paisagem , composição com os tecidos, materialização artesanal e integração com a natureza. Sensação de respirar com a t(T)erra. A partilha com residentes da NUVEM tornou o projeto mais vivo.


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Crédito foto: primeira foto da esquerda para direita - Patricia Camelatto



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Crédito foto: primeira foto da esquerda para direita - Patricia Camelatto



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Fotos: Daniela Pinheiro



  • Ressonância do corpo no espaço (ressoar vibracional do espaço)

Corpo que transita livremente e dialoga com o espaço, como linha e agulha unem tecidos, os negativos da superfície foram tomando corpo, corpo de membrana, pele unindo-se a paisagem. Possibilidade de transportar e remontar a mesma localidade e sensação. É a mesma pele. A pele que nos une, o órgão mais sensorial do corpo Terra. Pele água, membrana em escoamento, tece, une, pulsa todos os elementos da natureza.


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            As folhas caem de cima, aos poucos em seu próprio tempo vão se acomodando na membrana – negativo.            
            A terra  e suas partículas arenosas servem de base para esses tecidos vivos costurados, perfurados pela 
            respiração aquática – pele. 
            A água escoa o azul, fazendo transpirar pela membrana do negativo – tecido. O desenho se fragmenta de 
            sua forma.
            Escorre pigmentos de cor – partículas liquidas pela superfície do tecido.
            Mapeio em movimento a superfície da mata. Verde translúcido expõe os raios de luz entre as folhas.
            Entro em movimento e o movimento entra em mim. Ao mesmo tempo não vejo o movimento recorte tecido azul. 
            A folha cianótipo em forma quadrada desfragmenta-se e leva os recortes negativos ao rio.
            Água e pedras
            Barulho, pele , membrana
            Água, membrana, raio, movimento




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Fotos: Daniela Pinheiro




  • Intervenção Tecidos Vivos

Parte da instalação Tecidos Vivos foi apresentada como vivência para os demais residentes da casa, que foram convidados a integrar a Pele com intervenções. Propusemos também a criação de um órgão sonoro através de performance com o tambor (buffalo drum) e a experiência Casulo Sensorial.


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Intervenção do artista Aquiles Guimarães nos Tecidos Vivos

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Fotos: Daniela Pinheiro




  • Textos produzidos a seis mãos por Daniela Pinheiro, Mariana Farcetta e Patricia Camelatto.
  • Crédito fotomontagem - Daniela Pinheiro

Agradecimentos a Residência Nuvem, Cyntia da Nuvem, Denise Alves-Rodrigues, Aquiles Guimarães, Maíra Valente, Eduarda de Aquino, Juliana e Aldo do Coletivo Caravana Climática.