Denise Alves-Rodrigues

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I.N.T.E.N.S.I.V.O // Residência de Verão 2014

Com a intenção de manter meu cartão Fidelidade-Nefelibata em dia, enviei para o programa de Residência de Verão 2014, uma proposta intitulada "I.N.T.E.N.S.I.V.O." (acrônimo indefinido até o momento). Em até 2000 caracteres, formatei uma proposta de pesquisa e produção de aparelhos eletrônicos ruidosos básicos e artesanais, todos os esquemas foram encontrados em tutoriais do Youtube e não mencionei na inscrição que provavelmente nenhum funcione.

A parte mais importante é que eu tenho 7 dias livres para tentar, errar e acertar. Partir de esquemas bem básicos de eletrônica para pensar minhas práticas - sempre em dúvida se isso é um privilégio ou uma resistência.

No período de 01 a 07/02/2014, serão transcritas aqui: notações, referências e superficialidades surgidas durante a produção dos aparelhos. Assim como indicação de esquemas usados, alterações e resultados de cada peça.


01.fev

Principal: Organizar etapas e aparelhos (mesmo a Gambiarra tem um método de trabalho, que privilegia invenções, erros, improvisos e adaptações)


> Espaço e ferramentas de trabalho;

Área de trab.JPG


>Aparelhos que serão construídos até o final de meu período da residência se os astros elétricos cooperarem:

01 ampli 15W; 01 MIFEC; 01 bending no Casio PK-1; 01 mixer passivo (ay) & 01 osciladorzim (40106 ou 4017);

Aparelhos.JPG


> Leitura - Dusek, Val. Filosofia da Tecnologia - Cap.: A natureza humana: confecção de ferramentas ou linguagem? p151 // Colectivo Desface. Contra el Arte y el artista. Santiago de Chile 2012.

Livro.JPG


02.fev (Dia de Iemanjá)

Heike Kuhlmann, propôs uma dinâmica pela manhã-pós café, durante essa atividade observei como tentamos* controlar os estados e sentidos. Lembrei de processos que executei onde existia uma margem de erro muito grande, mas que como eram processo corporais-orgânicos, era aceitável. Outra coisa também, como tentamos racionalizar e traduzir no campo teórico tudo o que fazemos/passamos/pensamos. Um dia, escrevo um manifesto pelo direito à economia mental e o fim do automatismo conceitual. Vou botar um "por favor" no título. Minha metodologia só serve para mim. Assim, decidi partir de duas peças bem básicas para o início da construção das peças: uma lanterna e o amplificador.

  • (poderia colocar isso como uma afirmação particular, mas prefiro projetar nos outros também - como uma forma de pensar que pelo menos em algum momento compartilhamos determinadas ideias e sensibilidades)


LANTERNA

http://www.gambiologia.net/blog/wp-content/uploads/2012/02/Lanterna-de-MM-alta.pdf

Fácil de fazer, materiais sempre a mão e uma criança feliz (Selma). Foto6.jpg


"AMPLIFICADOR TDA2003"

Encontrei o esquema e os componentes desse amplificador na meia que deixei sobre minha lareira no Natal de 1999. Esquema fácil de hobbista, perfeito para quem começar "honestamente" a prática eletrônica - meu caso.

Caderno.JPG

Ampli.JPG

\o/\o/\o/\o/ funciona \o/\o/\o/\o/


03.fev Conheci o Andreas em um festival chileno de arte sonora em 2012, nunca consegui ver a performance dele, dessa vez terei a chance de tentar uma improvisação usando os aparelhos que estou construindo. Ficamos boa parte do tempo vendo vídeos de artistas como Frederic Le Junter, Pierre Bastien e Pierre Henry. Bacana perceber como fazer noise depende de entender a construção de seu ïnstrumento". Essa foi a sacada dessa residência, mesmo que eu comece pelo mais básico, é necessário para entender o que estou fazendo. Isso também faz parte de meu pensamento central sobre prática artística, não consigo apenas usar, não consigo apenas falar ou criar uma fala a partir de um objeto que uso. A construção desse aparelho é mais importante.

Foi o dia do microfone feito em casa (MIFEC), consegui bem rápido, provavelmente porque não tive que compor a placa (comprei ela pronto num kit hobbista). Mas senti que não tem um ganho legal, já usei microfones de eletreto em trabalhos anteriores que foram muito mais interessantes.

Mic foto.JPG

Mic desenho.JPG

Necessito fazer anotações e tentar organizá-las (não como uma analfabeta funcional) sobre questões como usuário consumidor X usuário manipulador, construção como prática e pesquisa, tecnologia como linguagem. Acho um desaforo quem usa tecnologia pra fazer arte, na real, um desperdício de trabalho. Claro que a idéia de desperdício advém de todo o blábláblá progressita...

04.fev

> ler esquemas como ler hieroglifos

dois 555 bem básicos, plincs ploncs e fios coloridos. \o/ ah! um L.D.R. também. qualquer criança faz isso, é como falar alemão, muito fácil.

Foto 555one.JPG1.gif Esse com 1x555

555 two.JPGImagem1.png Esse com 2x555






RASCUNHO/IDÉIA INICIAL [projeto: REVERB] >>>> DATA: Antes de 25/07/2012

Aparelho construído artesanalmente, seu trabalho se dá por duas ações: captar som e energia solar durante o dia e a noite emitir o áudio. Existem dois pontos em REVERB, o atraso ou atravessamento do som, presente em uma determinada parte do dia e "transportado" até o período noturno e a conversão de energias geradas para consumo de experiências estéticas.

>_memorial.descritivo: a composição total do trabalho será: a construção, o uso/ação da artista com o aparelho & um apanhado de notas, fotos, desenhos que serão convertidos em um arquivo visual ao final da residência.

>>_materiais para o aparelho:

  • sistema captação-conversão-emissão:

placa fotovoltaica + alto falante + microfone + gerador de bateria elétrica + demais componentes

  • dispositivo de transporte da peça

compensado tipo Virolinha + plástico PCV + fita isolante + parafusos/pregos + tecido algodão


>>>_etapas:

- estudo e compra de todos os materiais precisos para a montagem do trabalho (em São Paulo e na residência); - construção do trabalho, registro da construção (primeira e segunda semana de residência) - ativação de REVERB (terceira semana de residência); - término de confecção do arquivo (última semana de residência);

>>>>_NOTAS para o período de residência:

  • a construção do trabalho, através do erro, da troca, da tentativa e (talvez) do acerto;
  • material mínimo (uso de refugo);
  • o tempo em que fiquei captando luz solar para converter em energia elétrica talvez não seja o suficiente para emissão do som;
  • duas energias sem um corpo/volume, a não ser o sensível. (não conseguir segurar na palma da mão, não quer dizer que não exista ou que não pode ser trocado);
  • tentativa de criar repetição sonora, como um fenda artificial no espaço-tempo ou uma dobra de um evento já ocorrido. (o sentido de deja vu...?).

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